Postagens populares

sábado, 3 de março de 2012

O retorno

Depois um [bom] tempo sumida...resolvi voltar ao blog...
E pra marcar esse retorno, e continuar esse “relacionamento”, preciso confessar duas coisas...
A primeira é que quando comecei o blog, achava que ia ajudar as pessoas.....rs humildade zero né...achava que escrevendo, e também lendo o que outros escreviam, ia compartilhar informações, trocar idéias e desabafar frustrações...e que tudo isso fosse ajudar outras mães solteiras...Descobri que não é bem assim... ainda continuo achando esses desabafos virtuais muito úteis, mas descobri mesmo que escrever e colocar pra fora vai trazer muito mais benefícios para mim do que para qualquer outra pessoa... e é por isso, em primeiro lugar, que resolvi continuar......
Bom, a segunda coisa que preciso admitir é que inicialmente a minha idéia manter no blog meu total anonimato, tinha mil coisas que gostaria de escrever, mil idéias, mas como eu mesma comecei a mostrá-lo para algumas pessoas, até para pedir opinião sobre os textos [coisa típica de mãe coruja], esse anonimato durou pouco, bem pouco pra ser sincera. Ao saber que tudo o que eu estava escrevendo seria lido por determinadas pessoas, e, principalmente, que elas sabiam que era EU que estava escrevendo, acabei “travando”. Fui tomada por uma timidez absurda, que me tirou a naturalidade pra escrever... como se nenhum texto fosse mais bom o suficiente para estar aqui, ou como se pudesse haver algum tipo de julgamento das pessoas, enfim...deu bloqueio!!
Mas passou [ainda bem né]!!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Às mães...

A todas as mamães em exercício, às que um dia foram mães e às muitas que um dia o serão..


Fiquei emocionada com o livro de fotos que Alice trouxe da creche, contando a nossa história e de muitas outras mães e seus filhos...Em cada página havia um momento nosso registrado, desde o seu nascimento aos muitos momentos vividos juntas até hoje..

"Era uma vez uma mulher..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida e deu à luz um bebê..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá-lo..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá-lo e a brincar com ele..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá-lo e a brincar com ele e a se lembrar de quando brincava de mamãe com suas bonecas..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá-lo e a brincar com ele e a se lembrar de quando brincava de mamãe com suas bonecas, achando graça da idéia de seu filho ser seu boneco sem se dar conta de que um dia já fora boneca de sua mãe..

Era uma vez uma mulher que amou um  homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá-lo e a brincar com ele e a se lembrar de quando brincava de mamãe com suas bonecas, achando graça da idéia de seu filho ser seu boneco sem se dar conta de que no início todos os filhos são brinquedos de suas mães..

Era uma vez um bebê que teve a sorte de ser por um instante brinquedo de sua mãe, aprendendo a brincar com ela para assim tomar posse do seu próprio brincar e passar a viver criativamente no mundo!!"

                                                            Autora: Marina Marcondes Machado

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um post de Páscoa..

Na madrugada do  último sábado  meu sono foi [brutalmente!!!] interrompido por uma gritaria que vinha da rua, um “barulho de baderna”, confusão de adolescentes, sabe?

Alguns vizinhos, que festejavam sei lá o quê até as cinco da manhã, se desentenderam com outros vizinhos, que também festejavam sei lá o quê naquele horário, formando uma grande confusão. Um ameaçava bater em outro que por sua vez não parava de insultar mais um no meio daquela bagunça...

Antes que o negócio ficasse mais sério, liguei [meio] trêmula para a polícia que [para minha surpresa!] não demorou a chegar e acalmar os ânimos da galera. Graças a Deus minha pequena tem um sono pesado e nem se mexeu na cama...

Enquanto me acalmava...lembrei que era manhã de Páscoa e que eu ainda não tinha executado absolutamente nada do que eu tinha planejado para surpreender Alice. Por volta das 6hs, e após uma pequena oração em agradecimento pela interrupção do meu sono, coloquei minhas mãos a obra.

Comecei minha tarefa encontrando as coisas que tinha comprado: coelhos, ovinhos, cestinhas, e outras inutilidades pascoalinas que eu havia escondido dos olhos espertos da minha menininha. Confesso que fiquei um pouco perdida, afinal, além de ter comprado coisa demais, sou marinheira de primeira viagem e nos últimos anos Alice era tão pequena que ainda não tinha feito nenhuma dessas brincadeiras.

Comecei separando o “kit” que ela iria vestir: rabinho de coelho, orelhinhas e gravatinha borboleta cor de rosa, além de uma roupinha branca pra combinar com minha coelhinha... Depois, coloquei as pegadas (compradas prontas para colar no piso, já vinham até com a fita adesiva embaixo delas – viva a modernidade!), uma por uma, da porta do quarto dela em direção à sala, passando pela cozinha. No móvel da TV, o primeiro coelhinho trazia confetes em sua barriguinha, e indicava o caminho para uma cestinha com pantufas (de coelhinho), carimbos, e desenhos para colorir..

Apontando pro outro lado da cozinha, em direção à área de serviço, mais pegadas, e saindo da cozinha, uma trilha de ovinhos que levava a mais um coelho, de palha, com uma cestinha de chocolates nas costas, e um outro coelho mais adiante, de chocolate..
Pelo quintal a trilha de ovinhos continuava, até o jardim de inverno, onde dois coelhinhos de pano guardavam, em cima de um vaso de plantas, um ovo de chocolate em tamanho maior... No chão, ao lado, um coelho de pelúcia segurava sua cenoura, e também guardava cestinhas cheias de confetes e ovos de galinha, [tragicamente] pintados pela mamãe e recheados com chocolates...

Tudo pronto, máquina fotográfica a postos, voltei pra cama e aproveitei um pouquinho mais o meu colchão quentinho. O segundo tempo do meu sono não durou muito, pois logo Alice acordou e começou, curiosa, a explorar cada novidade.
Essa parte é impossível descrever! O encantamento dela foi contagiante, filmei tudo e é maravilhoso ver seu rostinho com cara de sono, descobrindo as delicias da Páscoa. Foram muitos gritinhos eufóricos, imitações de coelhinho e simulações dos seus passinhos em cima das pegadas. Durante todo o dia ela repetia: “coelhinho tousse” e “bigada coelhinho”, de um jeito fofo demais!

Mas o mais marcante para mim foi a sensação que tive enquanto preparava a surpresa...foi como se eu pudesse visualizar minha mãe, há anos atrás, fazendo o mesmo para mim e minhas irmãs..com algumas diferenças , é claro (as pegadas no chão eram feitas com massa de farinha de trigo...muuuuuuuito mais trabalhosas do que minhas pegadas já compradas prontas). 

Imaginei quantas noites ela havia acordado durante os últimos trinta anos, pra preparar surpresas de Páscoa, pegar os dentinhos recém caídos embaixo dos nossos travesseiros e colocar, com todo o cuidado para que não acordássemos, o dinheiro que a “fada do dente” deixava...dentre tantas outras fantasias que tornam a vida de criança tão encantadora. Foi maravilhoso sentir o amor abobado de mãe, a satisfação em fazer outra pessoa feliz com coisas tão simples como bonequinhos e brincadeirinhas, algo que realmente só as mães sabem..

Fiquei me perguntando (e me culpando, claaaro, pois a culpa é uma constante na vida das mães) se eu teria acordado se não fossem os gritos dos vizinhos fanfarrões, e pensando que provavelmente se não fosse por eles, eu não teria preparado a páscoa da Alice e minha estréia como coelhinha teria sido um desastre total... não que isso seja muito relevante, pois, apesar dos meus esforços, sei que ela provavelmente não se lembrará desses detalhes – o que também não me abala, pois gravei e irei reprisar o[s] vídeos infinitas vezes, me emocionando e rindo muito com eles!!

Naquela noite, enquanto nos preparávamos pra dormir, Alice rezava para o papai do céu, agradecendo pelo coelhinho da páscoa que deixou pegadas e trouxe chocolates. Enquanto isso eu agradecia pelos meus vizinhos barulhentos e suas confusões, que fizeram de mim uma mãe "pontual" nessa primeira Páscoa de brincadeiras!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

“Nasce” uma mãe solteira...

Nunca vou me esquecer do dia em que “nasci” como mãe solteira... não que tenha sido a melhor experiência do mundo, mas a verdade é que ninguém está preparado para se ver sozinha diante de certas situações...e este dia foi, sem sombra de dúvidas, uma dessas.

Estava grávida, e como mãe moderna, cuidadosa e antenada que sou [ou gostaria de ser] fui fazer um curso para gestantes. Oferecido por uma grande companhia em que meu pai trabalhava, e dado em um hotel bacana localizado num dos bairros mais nobres da cidade, jamais poderia imaginar o que me esperava... ou melhor, poderia sim, se fosse um pouco mais esperta, pois logo ao me inscrever para o curso a recepcionista me perguntou o nome do pai. Prontamente retruquei: “mas eu só posso me inscrever se o pai também for participar?” E ela, meio contrariada: “Bom, seria interessante que o pai participasse, mas você pode colocar o nome de outro acompanhante e depois ver se o pai vai participar”. Ok, preenchi o formulário e coloquei o nome de uma amiga que vinha me dando muito apoio durante a gravidez [eu estava por volta do quinto mês].

É claro que enviei um email ao pai, convidando-o a participar. Não estou aqui para levantar nenhuma bandeira do tipo “Danem-se esses canalhas! Vamos conquistar o mundo sozinhas e provar que ser mãe solteira é o que há!!” Mas a resposta veio rápida, de que ele teria um outro curso no mesmo dia e não seria possível comparecer.

Bem, como disse, eu havia convidado uma amiga pra ir comigo, mas no dia [era um sábado ou domingo] fiquei sem graça de pedir apoio, queria mostrar que eu era independente, segura, e caí na “besteira” de ir sozinha. Logo ao chegar, percebi o “clima”: duas simpáticas atendentes portavam uma lista de inscritos, com nomes dispostos dois a dois. Sorridente, dei o meu nome, e informei que estava sozinha. Fingi não ter percebido o olhar delas, e ao reparar em minha volta, tudo o que eu via eram casais. Casais jovens, casais mais velhos, casais bonitos, casais feios, casais bem entrosados e casais de cara amarrada, casais casados, casais namorados, casais sei lá o quê, mas casais! TODOS estavam em pares.

Com o mesmo sorriso dado às recepcionistas, tentei disfarçar minha cara de “quero sumir daqui!” e dei alguns passos para trás, [ou melhor, fugi] em direção ao banheiro. Sentei no vaso, meio tremula, meio rindo de minha própria idiotice, e tentei ligar pra minha amiga, e pra outra, e pra outra, mas não tinha sinal. Droga de celular! Tentei ser otimista, devia ser um sinal dos céus, do tipo “você precisa encarar isso”. No mesmo instante me dei uma bronca mental “Não seja ridícula, como é que você vai criar sua filha se não pode encarar essa situação? Você está grávida, é jovem, bonita, e está sozinha. Pronto, como milhares de milhares de mulheres por esse Brasil e pelo mundo.“ Beleza. A bronca surtiu efeito, saí daquele banheiro mais forte como nunca e me sentindo a mais foda de todas as grávidas ali presentes, pois eu era capaz, e muito capaz, de ser mãe sem depender de nenhum bosta como muitos que ali estavam.

Ao entrar na sala: as cadeiras e mesas estavam posicionadas em fileiras, aos pares, com um crachá azul em uma mesa e outro crachá rosa, na outra. Tudo muito óbvio, brega... e preconceituoso!! Ali eu me sentia no alvo. Entre as três fileiras duplas que ocupava o auditório, a única cadeira vazia era a que estava ao meu lado. Percebi, sim, vários olhares de pena ou nem sei de quê, como se as pessoas se perguntassem “nossa, coitada, mas não tinha ninguém pra vir com ela?!”. Beleza! Juntei os caquinhos da minha dignidade e me mantive firme e forte.

O curso começou. Excelente. Alto nível. Profissionais das mais variadas especialidades em palestras curtas e objetivas, trazendo informações interessantes para as futuras mães. Ouvia a tudo com atenção, anotava algumas coisas que poderia consultar depois, e agradecia a Deus por cada mito quebrado e cada crendice sem sentido que estava sendo ali destruída. Eu não precisaria colocar pós de café no umbigo da minha filha, muito menos moeda [UFA! Não e que eu estava quase pensando em fazer isso?! Rs..]

De acordo com os anestesistas, obstetras, odontopediatras, enfermeiras e demais profissionais que ali palestravam, meu parto [normal, obviamente, porque eu era a fodaa] seria tranqüilo e cuidar de um bebê seria bem mais simples do que qualquer um havia me dito.

De vez em quando me pegava observando a gordinha dos pés inchados, com o barrigudinho dela ali de mãos dadas, ou o casalzinho que aparentava ter 16 anos de idade e a menor noção do que estava por vir. Ela podia ser feia, ele podia estar desempregado, mas os dois estavam ali, juntos, e isso me causava certa inveja..

A coisa começou a ficar feia quando reparei que durante todas as palestras eles diziam “agora o esposo vai dar o banho no bebê”. Puts, achei que só ser pai já fosse o suficiente, mas agora então o sujeito tinha que ser “esposo”? E se fosse noivo, então ele não poderia dar o bendito banho, minha gente? E quem estava só ficando, mas engravidou, o que que faz? Achei constrangedor, e desnecessário, mas bola pra frente, afinal, o curso duraria o dia inteiro...

Em alguns momentos, perguntas dirigidas aos “esposos” futuros papais, um pedido para mostrarem como se deve pegar o bebê, ou como aliviar as dores da mamãe...mais constrangimento, mas nada que uma saidinha estratégica para ir ao banheiro não resolvesse. Afinal, grávida faz xixi toda hora mesmo, não é?

Intervalo para almoço. Hum...delícia...no restaurante do hotel, uma variedade enorme de pratos com carnes, massas, peixes, saladas, tudo cheiroso, bonito e bem servido, para agradar aos gostos e desejos de todas as grávidas...e que sorte a minha! Recebo uma ligação de uma amiga (não a que me acompanharia inicialmente, mas também muito amiga). Fraquejei e falei “vem me salvar!”.

E ela foi. Chegou a tempo de almoçar comigo e mudar meu astral...

Novamente acho que Deus sabe muito bem o que faz, pois para a segunda parte do curso minha amiga foi fun-da-men-tal! Não digo para meus aprendizados como gestante naquela tarde, mas sim para minha sanidade mental. Foram sessões e mais sessões de massagens nas costas, dinâmicas de dupla [digo, de casal, ou melhor ainda “esposo” e “esposa”], e outras atividades desnecessárias e constrangedoras que me mostraram que minha amiga foi para mim e para meu bebê, naquela tarde, o melhor pai do mundo!!!

Obviamente que não pude deixar de encher o formulário de avaliação do curso com críticas a este formato antiquado e preconceituoso, lamentando o fato de um curso de padrões tão altos e com excelência de informações não se antever aos imprevistos da vida e às diferentes formas de família que surgem hoje.

Para finalizar, houve um sorteio de brindes como encerramento do curso [super presentes, eu diria, carrinhos, bebês conforto, berços, books fotográficos em estúdios renomados da cidade, decoração para o quarto, entre outros]. Os prêmios eram ótimos e em quantidade que todas as mamães sairiam dali com algo bacana para seu filho. Eu fui sorteada e ganhei um carrinho, de uma marca muito boa e como eu ainda não tinha, fiquei muito feliz. Ao subir o tablado para receber o prêmio, tive que ouvir do simpático senhor que segurava o microfone: “Cadê o papai para ajudar a carregar o carrinho?” Farta de todas as pequenas indelicadezas que já havia presenciado aquela tarde, respondi em alto e bom som [e quase que sem pensar]:

- NÃO TEM PAI!!!

Mas tinha sim, e naquela tarde era a minha amiga, que correu pra me ajudar a segurar o prêmio, e me ajudou a aprender a maior lição daquele curso: não é possível fazer filhos sem um “pai”, mas é sim possível se virar sem eles!

Fui embora feliz da vida com meu carrinho de bebê, minha dignidade intocada, e com a sensação de que algo em mim tinha mudado...e mudou mesmo. A partir daquele dia, tive a certeza de que não seria fácil, mas que valeria a pena encarar o desafio. E foi esse o dia em que eu “nasci” como mãe solteira!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ser mãe solteira...


Se ser mãe é “padecer no paraíso “, eu diria que ser mão solteira, é padecer a sós no paraíso..

Ser mãe solteira é ser antes de tudo ser só. É ser dois, ser três, ser tudo ao mesmo tempo e ainda sim não ser suficiente.  É sentir-se incapaz, porque apesar de tudo, continuamos sendo apenas MÃE. E ser apenas mãe nunca será o suficiente, nem para o filho, nem para nós mesmas e muito menos para a sociedade em que vivemos.

Ser mãe nos tempos de hoje é difícil, muito mais difícil do que foi pras nossas mães. Mesmo com toda tecnologia disponível para facilitar nossas vidas, ainda não inventaram nada que tornasse apenas uma pessoa o suficiente para educar, criar, dar amor e disciplinar um filho.

Trabalhar, cuidar da carreira, estudar línguas, manter a vida social, arranjar um namorado (sim, porque toda mãe solteira ouve: ah... mas logo você arruma um namorado que vai amar e criar sua filha com você! Como se fosse líquido e certo!) não estagnar, cuidar da saúde, do corpo, da beleza...quantas vezes não ouvimos: “Seu filho precisa de você.” (Como se ficar doente fosse algo opcional e proibido). Enfim, se essas tarefas todas já são um grande desafio para qualquer mãe moderna, vamos admitir, para mães modernas e solteiras, torna-se uma verdadeira odisséia.

Este blog está sendo criado com o intuito de compartilhar experiências e descobertas com outras mamães que, assim como eu, se viram sozinhas diante do maravilhoso universo da maternidade e vivenciam diariamente os desafios, alegria e tristezas desta maneira de viver.

De forma alguma pretendo fazer deste espaço um muro de lamentações, uma vitrine para que possamos sentir penas de nós mesmas “pobrezinhas, vítimas de canalhas que nos abandonaram e nos fizeram infelizes para sempre”. Afinal, ser mãe solteira também tem seu lado bom e é sim possível ser feliz desta forma. 

A sensação de gerar e criar um filho sozinhas nos dá certo poder, uma sensação gostosa de “sou capaz”. E quem é que pode discordar que é ma-ra-vi-lho-so não ter que dividir atenções com nossos pimpolhinhos, e não ser cobrada por estar com o bumbum meio flácido quando saímos de casa antes das 7 e voltamos depois das 19, sem mal ter tido tempo de ir ao banheiro?

Resumindo: poder fazer o que eu quiser, e apenas o que EU quiser, do [pouquÍSSIMO] tempo que me resta tem lá suas [muitas]vantagens, mas como ser humano imperfeito que sou, isso não me impede de querer ter alguém do meu lado [ainda que não seja o pai da minha filha], de sentir uma invejinha do outro lado, de desejar que as coisas talvez pudessem ter sido um pouco diferentes do que foram e de ter o desejo de formar, sim, uma família perfeita e careta como muitas são.

O que eu procuro, com este espaço livre de preconceitos e julgamentos, é conhecer outras mamães que compartilham das mesmas experiências e sentimentos que eu, para que possamos nos ajudar, nos aconselhar, ou simplesmente desabafar quando necessário for. Quem sabe no futuro possamos estender este blog para as esferas da vida real e promover encontros de muitas mamães e seus filhos, em momentos de agradável companhia? A semente está plantada, a idéia foi lançada..